Se corro, faço bagunça, choro as vezes,
Me pergunto: quem sou eu?
Se falo de coisas bonitas, gosto da vida
Dos meus amigos
Eu te pergunto: quem sou eu?
Se gosto da terra, do que nela existe,
Se faço poesias tristes, pergunto agora
Quem sou eu?
Se sou um ser complicado, não gosto de versos
Procuro a bondade, não faço maldade,
Posso lhe dizer quem sou eu?
Se gosto de musicas e da solidão
Gosto das luzes, não da escuridão...
Se faço versos sem rima, se a canção não me anima
E o mal sobrevém, como posso lhe dizer quem sou eu?
Se a natureza me inspira
Se sinto a brisa triste
Eu volto e pergunto: quem sou eu?
Se o acaso me envolve, gosto de flores e amores
De amigos e jardins
Se a aventura me fascina, se a vida me ensina que amar é ser feliz
E quando nesses pensamentos volto ao meu eu
E não sei se sei do céu ou do inferno
E se a alma, o canto encerra
A nobreza e a singeleza de um amor
Posso lhe dizer quem sou eu?
Afinal:
Canto e choro
Sorrio e grito
Anelo e descanso
Ando e paro
E nesses meus devaneios me perco
Volto agora a suplicar
Diga-me: quem sou eu?